quinta-feira, 12 de julho de 2012

sábado, 9 de maio de 2009

Porque o estágio para quem não exerce o magistério?

PIMENTA, Selma G.; LIMAA, Mª Socorro Lucena. Por que o estágio para quem não exerce o magistério: o aprender, a profissão. In.: Estágio e Docência. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2004, p.99 a 121.

O primeiro capítulo do livro em questão objetiva apresentar e discutir o estágio para quem ainda não exerce o magistério, buscando apresentá-lo como uma oportunidade de aprendizagem e reafirmação da profissão que se escolheu. Embora o projeto de estágio possa sofrer interferências e incompreensões, as autoras pretendem mostrar a necessidade da valorização do mesmo, uma vez que este propicia conhecimentos necessários ao processo formativo.
Primeiramente o objetivo do estágio é esclarecido: permitir que os estagiários se apropriem de instrumentos teóricos e metodológicos que o ajudem a compreender a escola, proporcionando reflexão e análise sobre as condições em que a educação escolar acontece. O estágio para alunos que não exercem o magistério propicia a aprendizagem com pessoas que já possuem experiência.
As autoras alertam também para as dificuldades que os estagiários possam se deparar: professores insatisfeitos, a trilogia trabalho – universidade – estágio, conselhos desestimulantes, sensação de não saber o que fazer. Por esse motivo é importante que os objetivos, possibilidades e limites do estágio fiquem bem explícitos, para que se facilite a compreensão do processo.
Os conceitos de campus (espaço decorrente da posição ocupada), habitus (sistema de esquemas que permitem os pensamentos, ações e percepções de uma cultura) e cultura docente são levantados para que possamos compreender a cultura das práticas escolares como marcas sociais e ao mesmo tempo individuais.
O estágio traz os sinais do tempo em que se vive e das tendências pedagógicas utilizadas. A pesquisa é indispensável na prática do estágio, pois conduz a possibilidades de ensinar e aprender a profissão, além de proporcionar aos professores formadores uma forma de formação continuada, sustentando a reflexão.
O estágio deve ser visto como uma preparação para o magistério e um espaço onde toda comunidade escolar trabalha questões que esclareçam a participação do profissional de educação na sociedade e que reafirme a escolha desta profissão. O lado negativo é que os professores das outras disciplinas nem sempre estão preparados e não se interessam por essa atividade.
Para quem não exerce o magistério o estágio permite a junção e teoria e prática, análise de métodos e a troca de experiências. Muitas vezes são encontradas realidades diferentes das vistas em sala de aula, cabendo ao estagiário estar atento a este fato e a sua relação com as práticas educativas. É preciso observar e analisar as histórias, aos sonhos, as linguagens e experiências dos diferentes grupos sociais inseridos no espaço escolar escolhido. A forma de trabalhar, a relação que é estabelecida entre os componentes do grupo e as influências que exercem vida do aluno e no trabalho do professor.
Ao final do texto, são elencados fatores importantes a serem analisados no decorrer do estágio, além da reafirmação da importância deste processo para quem não exerce a profissão. O estágio deve servir para que o estagiário reconheça seu papel no ambiente escolar e na sociedade.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Instituto Nacional de Educação de Surdos


O grupo visitou o INES no dia 24 de março de 2009 para atender uma solicitação feita pela disciplina Educação Inclusiva ministrada pela professora Neide. Esta atividade teve como objetivo proporcionar a nós graduandos de Pedagogia uma experiência no campo da educação Inclusiva ou Especial (nosso caso).

O INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos) é o centro nacional de referência na área da surdez, no Brasil, sendo um órgão do Ministério da Educação. Foi a primeira instituição, nesta área, do Brasil. Os objetivos institucionais do INES são a produção, o desenvolvimento e a divulgação de conhecimentos científicos e tecnológicos na área da surdez em todo o Brasil, além de subsidiar a Política Nacional de Educação. Também promove anualmente, Seminário Nacional, Congresso Internacional sobre temas relevantes na área da surdez, além de publicações semestrais de revistas e periódicos de cunho técnico e cientifico.

São consideradas como ações mais importantes do Instituto: capacitação de
recursos humanos na área da deficiência auditiva; realização de estudos e
pesquisas na área de surdez; elaboração do informativo técnico-científico;
articulação institucional através de convênios para estágios de universitários;
capacitação profissional do aluno surdo e realização de seminários e fóruns
permanentes.

A comunidade surda brasileira comemora em 26 de setembro o dia Nacional do
Surdo, data em que são relembradas as lutas históricas por melhores condições de
vida, trabalho, educação, saúde e cidadania. A Federação Mundial dos Surdos
celebra seu dia em 30 de setembro. No Brasil a data foi escolhida devido ao fato
desta ser a mesma de inauguração do INES.

Num primeiro momento agendamos uma visita por telefone com a professora
Catarina, funcionária do instituto a mais de 28 anos e responsável pelo
departamento de comunicação.

Ao chegarmos fomos encaminhadas a professora Catarina que nos levou a sala de vídeo para então iniciar seu relato sobre o instituto. Após se apresentar, contou-nos um pouco da história do INES, destacando suas missões: a produção, o desenvolvimento e a divulgação de conhecimentos científicos e tecnológicos na área da surdez em todo o território nacional; promover e assegurar o desenvolvimento pleno da pessoa surda, tal como sua socialização e o respeito as suas diferenças, prestando assessoria técnica nas seguintes áreas: prevenção à surdez, audiologia, fonoaudiologia, orientação familiar, orientação para trabalho e qualificação
profissional, artes plásticas, dança, biblioteca infantil, Língua de Sinais, informática educativa, atendimento à múltipla deficiência (sempre aliada a surdez), prevenção às drogas, experiência educacional bilíngüe, ensinos fundamental e médio e ações para a cidadania (palestras sobre temas atuais).

Além da parte educacional também são desenvolvidos trabalhos de prevenção e diagnóstico, pois muitos dos casos de surdez devem-se à rubéola e meningite, tendo em vista que a campanha de vacinação contra essas doenças aqui no Brasil só teve início a cerca de 3 anos. A professora Catarina enfatizou a questão da realização do teste da orelhinha que o instituto realiza em crianças de 0 à 3 anos (o índice de detecção de doenças deste teste vendo sendo maior que o teste do pezinho). Caso seja detectada a deficiência auditiva (profunda ou severa) a criança é imediatamente encaminhada para a estimulação precoce.

A cada 10.000 crianças que nascem por dia, 10 apresentam problemas auditivos, dentre
estas 4 são surdas e podem ter outros comprometimentos. Quando diagnosticada
precocemente, a criança pode ser estimulada, o que proporcionará grandes chances
de desenvolver uma linguagem aproximada de uma criança ouvinte da mesma idade,
graças a sua plasticidade cerebral.

O instituto atende 608 alunos, da pré-escola ao ensino médio, além dos pais e crianças da estimulação precoce. Da pré-escola até a 4ª série o currículo é o mesmo de uma escola regular, o que muda são as adaptações feitas no planejamento, baseando-se no sentido mais
utilizado pelos surdos: a visão. Além disso, há também um assistente educacional
(surdo) trabalhando informalmente a língua natural dos deficientes auditivos:
LIBRAS.

Da 5ª a 8ª série o currículo também é o mesmo de uma escola regular tendo o acréscimo da disciplina LIBRAS, lecionanda também por um professor surdo. Professora Catarina destacou alguns aspectos relevantes, que podem ser destacados aqui:
- na educação inclusiva o planejamento deve ser feito
para a minoria (pessoas com necessidades educativas especiais), o que acabará favorecendo a todos os alunos, pois serão utilizadas

adaptações que facilitarão a compreensão do conteúdo.
- em Santa Catarina já existe um curso de Letras
com a modalidade Português/Libras.


Contrariando nossas expectativas, em nossa visita apenas tivemos contato com a professora Catarina e sua experiência, sem ter a oportunidade de conhecer as dependências da instituição além de sua prática pedagógica.


A realização desta visita proporcionou ao grupo a chance
de compreender melhor a educação especial para surdos, ampliando nossa visão sobre as práticas do Instituto, uma vez que este não atua somente na educação, mas também na prevenção e no tratamento desta classe melhorando assim sua qualidade de vida.